quinta-feira, 30 de maio de 2013

Comissão Nacional da Verdade

             Será que é mais uma em meio a tantas?

Editora Veja
 “Quando perdermos a capacidade de nos indignarmos com as atrocidades praticadas contra outros, perdemos também o direito de nos considerarmos seres humanos civilizados”.  Essa foi uma declaração profundamente significativa de Vladimir Herzog, jornalista, assassinado em 1975 durante a ditadura militar. Herzog fez essa declaração num contexto de repressão militar, quando pessoas eram presas, maltratadas e mortas. Ele também foi vítima do sistema que imperava na época.
Diariamente, estamos lidando com uma sociedade que procura manter o nível da desigualdade que impera entre as classes sociais. É muito comum ouvirmos a frase: “Isso só acontece na televisão”. Geralmente, as pessoas que pronunciam essa frase fazem referência aos latrocínios, sequestros e tragédias que chamam a atenção.  A verdade é que os fatos estão acontecendo a cada segundo do dia e da noite. Qual tem sido a reação da sociedade? Para investigar violações dos direitos humanos de 1946 a 1988 foi criada uma comissão cujos componentes são nomeados pela Presidente da República, Dilma Rousseff. Essa comissão recebeu o nome de Comissão Nacional de Verdade. Embora ela não tenha caráter executivo, se propõe ser um auxílio nos processos investigativos que visam ajudar familiares de desaparecidos durante a ditadura.
O Brasil também é conhecido como o país das comissões. E haja comissão! Parece que se tornou um vício, principalmente aquelas que são formadas para “apurar”. Certa vez, alguém disse: “É muita comissão para não resolver nada.” Diante dos fatos diários, é fundamental que haja uma reação repulsiva da sociedade. A violência doméstica, a corrupção de autoridades em todos os níveis e segmentos, a criminalidade nas ruas e nas escolas rompem com os limites das chamadas “comissões”.
É necessário que haja uma reflexão mais profunda por parte da sociedade brasileira. Os projetos precisam sair do papel e das gavetas. A sociedade necessita reagir com bom senso e critério a fim de fazer prevalecer, como disse Herzog: “o direito de nos considerarmos seres humanos civilizados”.

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