quarta-feira, 22 de maio de 2013

UMA PROPOSTA INDECENTE?


Critérios e gostos pessoais não devem servir de fundamento para projetos que objetivam mobilizar a sociedade


A senadora Marta Suplicy (PT-SP) é uma figura conhecida no Brasil principalmente em razão de seu pensamento voltado para as relações homoafetivas. Ela propõe, junto à comissão especial de diversidade sexual da ordem dos advogados do Brasil – OAB, uma emenda constitucional na qual a família tradicional deve ser encerrada.
O pensamento da senadora implica na retirada dos termos “pai” e “mãe” dos documentos nos registros de nascimento e em todos os demais documentos indentificatórios, tais como carteira de identidade, título de eleitor, passaporte, carteira de habilitação, não haverá menção às expressões “pai” e “mãe”, que devem ser substituídas por “filiação.” Além disso, é proposto que “os profissionais da educação têm o dever de abordar as questões de gênero e sexualidade sob a ótica da diversidade sexual visando toda forma de discriminação, fazendo uso do material didático e metodologias que proponham a eliminação da homofobia e do preconceito. Contos infantis que apresentem casais heterossexuais devem ser banidos se também não apresentarem duplas homossexuais travestidas de casais.
De fato, vivemos em um país de liberdade de pensamento. O preconceito e a discriminação são elementos que jamais deveriam fazer parte do dia a dia da sociedade. Sem dúvida, a conquista dessa liberdade custou alto preço para o Brasil. Basta lembrar os tempos da ditadura militar. Alguém definiu esse período histórico como o período de trevas no Brasil. Entretanto, parece que propostas de mudanças no estilo de vida social consideram apenas critérios e gostos particularizados, ou seja, a individualidade se sobrepondo à coletividade.
A sociedade pós-moderna tem sido marcada pelo desejo de inovações ou mudanças. O mundo muda a cada instante e, obviamente, quem não acompanha as mudanças acabará sendo objeto da história. Entretanto, se torna necessário uma reflexão mais profunda e desapaixonada a fim de que, em nome do novo, não estejamos sepultando ideais que contribuíram para um Brasil mais democrático e uma sociedade mais avançada.
As implicações de projetos que objetivam mobilizar a sociedade não podem ter em vista apenas o “aqui” e o “agora”. Até porque, eles farão parte da história e, no futuro, serão objeto de estudos para as próximas gerações.
A impressão que fica é que o respeito tão prontamente reivindicado para opiniões e critérios pessoais de um lado, parece ser incompatível com a liberdade de pensamento ainda que contrário, muitas vezes, preconceituosamente chamado de “tradicional”.

Nerivan Silva (1° semestre Jornalismo)

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