Nelson Jr./SCO/STF |
À
semelhança de um navio em grande tempestade, a credibilidade no Poder
Judiciário do Brasil poderá naufragar
Um dos escândalos que abalaram o Brasil
nestes últimos anos foi o mensalão. Um esquema estruturado na corrupção que
envolveu políticos, autoridades e empresários. Em depoimento do então deputado
Roberto Jefferson, o chefe da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu, foi tido
como o chefe do esquema.
A palavra mensalão foi usada pela mídia para
se referir ao caso. Vídeos, envolvendo conversas e recebimento de propinas por
políticos, foram gravados. “No início do julgamento do mensalão, no ano
passado, o então procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou que o
esquema de compra de votos no Congresso Nacional foi operado ‘entre quatro
paredes’ de dentro do Palácio do Planalto. ‘O Ministério Público só não
conseguiu provas impossíveis’, disse Gurgel, ao pedir na ocasião a prisão
imediata dos réus do processo. O termo formação de quadrilha foi repetido 54
vezes nas 136 páginas da denúncia da Procuradoria Geral da República”.
Em agosto de 2012, o STF começou o
julgamento dos réus. Depois de um ano, a novela parecia chegar ao capítulo
final. Porém, com as últimas mudanças ocorridas na composição do Supremo, há
uma tendência muito acentuada de preparar um novo cenário nessa interpretação.
Lamentavelmente, tudo veio à tona outra vez. E o que pior, com ares de
absolvição para réus já condenados. "Alongar
esse processo pode ser bastante traumático, as pessoas podem deixar de
acreditar no Poder Judiciário", afirmou José Álvaro Moisés, da USP.
Até onde vai tudo isso? Será que a
população brasileira vai se dar ao luxo de conviver com mais essa impunidade?
Um fato preocupante e que as autoridades não estão nem aí para isso é que o
futuro ético da sociedade depende dos exemplos que estão sendo dados para a nova
geração. Isto deveria preocupar as autoridades, pois a sociedade não acaba
aqui. Pelo contrário, ela prossegue.
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