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Trata-se
de uma comemoração inadequada enquanto não houver a consciência de que todos
são iguais
No Brasil, o dia 20 de novembro é celebrado
o dia da consciência negra. Em 2011,
a data foi criada pela presidente Dilma Rousseff ao sancionar a lei 12.519/2011.
Embora seja facultativa, a data é feriado em mais de 800 cidades brasileiras. É
dito que esta data é dedicada à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira.
Historicamente,
a data foi escolhida porque coincide com o dia da morte de Zumbi dos Palmares em 1695. No Brasil, o dia é celebrado desde os anos 60. Diz-se que o Dia da
Consciência Negra deve ser uma data para lembrar a resistência do negro à
escravidão desde que houve o primeiro transporte de escravos da África para o
Brasil em 1549. O dia da consciência negra é uma forma de
lembrar o sofrimento dos negros ao longo da história, desde a época da
colonização do Brasil, tentando garantir seus direitos sociais.
Neste dia,
palestras e eventos educativos são organizados por algumas entidades como o Movimento Negro que é o maior do gênero no
país, visando principalmente crianças negras. Procura-se “evitar o
desenvolvimento do preconceito” que inferioriza o negro perante a sociedade.
Temas como: inserção do negro no mercado de trabalho, cotas universitárias,
discriminação por parte da polícia, identificação de etnias, moda e beleza
negra são debatidos pela comunidade negra e que ganham “evidência neste dia”.
A constituição
brasileira afirma: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza...” (Art. 5º º §). E ainda: “a prática do racismo constitui crime
inafiançável e imprescritível, sujeito a pena de reclusão, nos termos da lei;”
(Art. 5º inciso XLII). Mas, a realidade política e social brasileira dá
testemunho da validade desses princípios constitucionais?
Embora o Supremo Tribunal Federal tenha
como seu presidente um Joaquim Barbosa da Silva, e em outras instituições alguns
outros casos raríssimos, lamentavelmente, ainda não se pode afirmar que o negro
está inserido na sociedade. Desde criança aprendemos na escola (nas aulas de
história) que em 1871 a
Lei do Ventre Livre libertou os filhos de escravos que ainda iriam nascer; que
em 1885 a Lei dos Sexagenários deu direito à liberdade aos escravos com
mais de sessenta anos; e que a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, em 13 de maio de 1888,
dando aos escravos o direito de ir embora das fazendas em que trabalhavam ou de
continuar morando com seus patrões, como empregados e não mais como escravos.
O dia a dia tem demonstrado que tudo isso não passa de um discurso vazio
em que o falar não se harmoniza com o procedimento. Ao longo desses anos,
percebe-se a continuidade da escravidão, o preconceito ao negro e a
marginalização deste nos segmentos sociais. Tudo isto ocorre de forma velada. É a teoria do “Faz de Conta”.
Quando
o Brasil vai aprender?
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